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I MANIFESTO PELA LIBERTAÇÃO DOS CAVALOS DE CARROÇAS



MANIFESTO I

PELA LIBERTAÇÃO DOS CAVALOS DE CARROÇAS



Ao longo das narrativas discursivas em defesa dos condutores de carroças, muitos insistem no falso dilema a uma suposta perda de trabalho do reciclador e freteiro. Inclusive veganos regidos por uma égide de incompreensão sobre o que significa política com relação a vida ética e ao contexto que rege a busca por justiça aos animais não humanos. Fala-se muito em justiça aos trabalhadores, fala-se muito em opressões aos desfavorecidos socialmente. E, ao longo da ordem discursiva interseccional, a fala acaba por construir os mesmos alicerces daquilo que o movimento tanto aponta como injusto aos animais não humanos, o Especismo.


Acreditamos que a construção da ética animal não está a sombra dos já institucionalizados direitos humanos. Quando o jargão (não compreendido) da extensão libertária também dá a mesma ordem aos humanos, devemos alertar para o simbolismo que comporta em nossa sociedade os animais em diferentes esferas da moralidade.


Acreditamos nos Direitos Animais, mas é necessária uma construção para seus fins e não a sua alienação às sobras e aos contrapesos dos já instituídos direitos dos seres humanos, uma vez que, na balança dos interesses - como vemos o caso daqueles que insistem em pesar valores de trabalho nos arreios dos cavalos ou qualquer outro animal -, a descida é sempre ao encontro dos algozes. Os homens não têm o direito de tecerem sua inocência oriundos do jargão social ao qual pertencem. Pois, deste modo, justificada está a condição de maus-tratos a qualquer animal não humano nesse planeta.


Os animais não são meios para os direitos humanos, mas sim uma possível extensão como parte moral deles. Auditar o trabalho como valor máximo à dignidade dos humanos e não abranger a condição mínima do mesmo para os não humanos, é chancelar o reducionismo como égide da justiça.


Cavalos a galope e sem ferraduras, a galope e introjetados com uma histórica dor latente sobre a indiferença daqueles que os golpeiam e sorrateiramente regem no indulto a tradição, a cultura e o direito de propriedade. Golpeiam e tecem seus álibis como coringas à dignidade humana sobre o trabalho.


Cavalos não são máquinas estúpidas ou que transparecem sua utilidade somente à vontade de seus algozes. São animais sensíveis e extremamente inteligentes. Mas que a única escolha dentro de sua histórica escravidão é escolher para qual lado seguirão com menos dor sobre as patas, as embocaduras e o atordoamento psicológico no seguir da impávida resignação.


A libertação animal não pode depender da boa vontade seletiva de veganos demagogos a serviço de um aparato social conivente ou atender as necessidades discursivas a serviço de uma pretensa rebeldia domesticada, embalada no mesmo fetiche de capital daquilo que tanto dizem não ser.


Aos animais tecemos as palavras como construção de justiça. Aos animais devemos um cálculo de prioridades para sanar as intempéries que insistimos em chamar de dignidade humana.


Não basta se intitular vegano e se debruçar no mesmo relativismo moral que comporta a sistemática do especismo.

Seja vegano pelos animais. Construa a libertação para o daqui a pouco, para o amanhã!


Revolte-se: construa!

PRINCÍPIO ANIMAL

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